sábado, 20 de junho de 2009


O complexo de Karnak cobre uma área de 1.2 quilômetro quadrado. Dedicado a Amon-Ra (o deus Ra era venerado no Baixo Egito e foi fundido a Amon como maneira de unir a religião no reino), era decorado com ouro, prata, alabastro. Dezenas de regentes egípcios levantaram obras aqui. Há monumentos dedicados à deusa Mut (consorte de Amon) e ao filho do casal, Khonsu, e portais deixados pelos Ptolomeus, que comandaram o Egito entre 305 e 30 AC.


Um obelisco de 29 metros de altura, de granito róseo, construído pela faraó Hatshepsut, ergue-se, imponente, em direção aos céus. Para chegar até ele, cruza-se o hall principal, uma área de cinco mil metros quadrados enfeitada por 134 colunas, algumas com 22 metros de altura e três de diâmetro. São decoradas por hieróglifos e sustentam arquitraves de 70 toneladas.



Uma avenida de esfinges conectava o complexo de Karnak ao templo de Luxor, a alguns quilômetros daqui. Algumas delas, um tanto arruinadas, se encontram ainda em plena rua, e servem de espelho às magras cabras que passam pela calçada, seguindo seus donos de turbante.


RIO NILO


Como uma linha que separa (e define) a vida e a morte, o rio Nilo corta a região de Luxor em duas partes. Em sua margem oriental estão monumentos como Karnak e o Templo de Luxor, erguidos em veneração aos deuses que zelavam pela civilização egípcia. Já na margem ocidental, encontram-se as necrópoles e templos mortuários que abrigaram os despojos e o culto dos falecidos faraós (foi no local, na área conhecida como Vale dos Reis, que o arqueólogo inglês Howard Carter descobriu, em 1922, o túmulo de Tutankhamon).



O Nilo exala poder. Disputa com o Amazonas a posição de mais extenso rio do mundo (tem 6.695 quilômetros) e é, junto com o Ganges, talvez a mais lendária corrente de nosso planeta-água.


Sua fonte mais remota nasce com as águas do rio Kagera, nas montanhas do Burundi, e sua bacia inclui outros oito países africanos: Ruanda, Tanzânia, Uganda, Congo, Quênia, Etiópia, Sudão e Egito. Encontra-se com seu principal afluente, o Nilo Azul, em território sudanês, é este rio que traz os principais sedimentos que irão deixar, mais para frente, o vale egípcio tão verde e fecundo.



O desenvolvimento da civilização egípcia sempre dependeu do aporte alimentar feito pelo Nilo. Lidar com suas cheias e depressões era entrar em uma batalha ferrenha contra a natureza, na qual a vitória significava produção farta e a derrota, fome geral.



O período faraônico se estendeu por três mil anos e não foi o Nilo a razão de seu declínio. Outras civilizações vieram depois e hoje, éons mais tarde, o lendário rio continua sendo para o Egito o que o elemento Ka era para os faraós: a força da vida. Desértico, o país tem, entre suas atuais fronteiras, apenas 3% de terras cultiváveis. Não é de se estranhar que 95% dos 80 milhões de egípcios vivam nas proximidades do Nilo. Seu vale abriga uma das maiores densidades demográficas do planeta: 1,3 mil pessoas por quilômetro quadrado.



Com o objetivo de controlar o fluxo do rio, o governo do Egito construiu, entre 1959 e 1970, a Alta Represa de Aswan. A obra, localizada no extremo sul do país, mantém as terras ao redor do Nilo sob irrigação perene, além de gerar energia hidroelétrica. O homem, por fim, tornou-se o mestre da natureza.


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