sábado, 20 de junho de 2009


PLEBE E REALEZA .


A alegre festa dos plebeus ocorre em território real. Estamos em Luxor, região da extinta Tebas, metrópole que foi uma das capitais do antigo Egito. Faraós como Thutmose III, Ramses II e Ahmose I comandaram, desde este local, a mais célebre civilização que já passou por nosso planeta. Uma sociedade que se organizou sobre as férteis terras do Nilo e cuja história atravessa mais de três milênios.



O Egito faraônico foi governado, entre os anos 3100 e 30 AC, por um total de 33 dinastias. Tebas foi sua capital durante a 11ª dinastia, perdeu o posto no período seguinte, mas recuperou-o com o advento da 18ª dinastia, nos anos 1500 AC. Era o início de uma época gloriosa para o reino dos faraós. Militarmente poderosos após vencer a guerra contra os Hyksos (tribo asiática que, por uma centena de anos, subjugou boa parte do antigo Egito), seus domínios territoriais atingiriam dimensões inéditas: se estenderiam até as margens do rio Eufrates na Síria.




Hoje, Luxor cultua Alá, e mesquitas podem ser encontradas por toda a cidade. Tebas, por sua vez, venerava Amon, e elevou-o à condição de patrono do antigo Egito. Os templos de Karnak, um dos maiores complexos religiosos do mundo, são os principais testemunhos dessa fé.




Pego um ônibus no centro de Luxor para visitar tais monumentos. Em seu apogeu, Tebas chegou a abrigar quase um milhão de pessoas. Luxor, atualmente, tem cerca de 450 mil. Em suas ruas, egípcios empurram aos turistas sortimento inusitado de mercadorias: de folhas de papiro (falsas) a relógios Rolex (também falsos). E com preço especial: dez vezes mais caro do que o oferecido aos locais.




A comida, por sua vez, é farta. Barraquinhas, colocadas sobre as calçadas, vendem tamiyya (saborosas bolinhas de grão-de-bico fritas em uma piscina de óleo) e shwarma (a versão árabe de nosso churrasco-grego). Tais alimentos também têm um inflacionado preço turístico.




O valor do ônibus, por sorte, é tabelado: pago 50 piastras, ou 20 centavos de real, pela viagem. E desço bem na frente dos magníficos monumentos de Karnak.



Uma avenida de esfinges abre caminho para a entrada do templo. São imponentes, bem-conservadas e, com sua digna cabeça de carneiro, parecem proteger os que passam. A figura do animal era associada, em baixos-relevos, pinturas e esculturas, ao deus Amon. E ganham graça quando, hoje, são escaladas por meninas egípcias que, lá de cima, posam para fotos com seus coloridos véus muçulmanos.

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