quarta-feira, 1 de julho de 2009


A FASE MATERNAL DE CAMERON DIAZ .


A conhecidamente reservada Cameron Diaz percebe que é a primeira a chegar para uma entrevista coletiva para promover seu novo filme, My Sister’s Keeper. E ela não encontra a estrela coadjuvante Sofia Vassilieva em lugar nenhum. Depois de 20 minutos, a atriz interrompe a conversa e telefona para Vassilieva. “Querida, estou ligando para ver se está tudo bem”, diz Diaz, esforçando-se para ser paciente. “Estava preocupada. Você está chegando?”



Ela não planeja ser mãe agora, mas Cameron está aprendendo ao interpretar uma. My Sister’s Keeper, que estreou na última sexta-feira [dia 26/06, nos Estados Unidos], marca algo como uma mudança em sua carreira. O filme de Nick Cassavetes (Alpha Dog, Diário de uma Paixão) é o primeiro em que ela vive o papel de mãe. E depois de Keeper ainda fez A Caixa, marcado para chegar aos cinemas norte-americanos em 30 de outubro, em que interpreta outra mãe. Embora ela diga que não está à procura de papéis de mãe, está consciente do novo estágio que sua carreira enfrenta. “Não tenho 25 anos”, afirma. “Obviamente eu não ia viver uma filha de 14. Quando envelhecemos, interpretamos diferentes papéis. Gosto disso.”



Mas não pense que a mudança na carreira implica uma mudança de estilo de vida. Diaz, 36 anos, que já namorou Justin Timberlake e Matt Dillon, afirma estar contente em ser solteira, embora tenha sido bombardeada com perguntas sobre seus planos de iniciar uma família. “Compreendo a razão de as pessoas perguntarem, e com esse filme o tema se torna relevante”, conta. “Mas as pessoas são obcecadas por isso… Eles me perguntam se com [o filme] Jogo de Amor em Las Vegas me deu vontade de ser mãe.” Ela não respondeu a pergunta à época, e não a responde agora. Porém defende fielmente a vida sem filhos. “Não sou a única mulher de 36 anos que não tem filhos”, admite. “Em todas as áreas da minha vida, a maioria dos meus amigos não têm filhos. Isso não é incomum.”



E Diaz precisa muito da paternidade para prepará-la para o mundo dos adultos. Enquanto fazia Keeper, perdeu o pai, Emilio, de 58 anos, de pneumonia. Cassavetes, que interrompeu a produção por quase duas semanas, ficou emocionado com a determinação de Cameron Diaz quando ela voltou. “Eu a conhecia havia anos, então sabia que era forte”, conta o diretor. “Mas fiquei surpreso com sua determinação. Essa é uma das razões por que ela era perfeita para esse papel.” A atriz admite que a morte do pai “foi a coisa mais profunda que aconteceu comigo. Foi muito intenso. Se isso ajudou ou prejudicou (meu desempenho), não sei dizer. Não posso afirmar que eu de fato estava lá. Não estava. Mas tive a sorte de voltar para um grupo de pessoas maravilhosas que me ajudaram muito e consegui terminar o trabalho que eu precisava acabar.”



O filme, baseado no romance de Jodi Picoult, conta a história de uma família que precisa enfrentar o câncer da filha mais velha (Vassilieva). Diaz interpreta uma mãe amorosa mas determinada, que tem outra filha (Abigail Breslin), a quem ela pressiona para doar a medula óssea para a adolescente moribunda



Apesar do tema pesado, afirma Breslin, as mulheres, lideradas por Diaz, mantiveram um laço que tornou as coisas mais leves no set. “Ela deixa o clima divertido”, conta. “Ela fez fajitas para nós e sanduíche de carne e queijo derretido. Havia muita amabilidade no set. Era um ambiente muito familiar.” Diaz, inclusive, brincou de instrutora de direção com Vassilieva, que tirou a carteira de motorista durante as filmagens. “Eu a convenci a me deixar levá-la dirigindo até o trailer”, Vassilieva conta. “Nós todos ficamos próximos de uma maneira que eu não esperava… Tivemos de conhecer pacientes com câncer. Choramos juntos. O material era tão pessoal para a gente, que meio que criamos uma família.”



Diaz espera que isso ocorra com mais frequência quando interpretar papéis que lhe são menos familiares. “Para mim, isso bate com a maneira como venho fazendo filmes há 15 anos. Quero apenas contar grandes histórias enquanto sigo meu caminho.”



Por Scott Bowles (originalmente publicado no USA TODAY em 26 de junho de 2009)

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