quinta-feira, 9 de julho de 2009
Não o disco do Nirvana que mudou os rumos de uma geração. Nevermind foi apenas o catalisador, o motivo que todos queriam para que as mudanças pudessem ocorrer. Depois de uma década perdida, os famigerados anos 80, que começava a invadir os 90, Nevermind foi o ponta pé inicial de criatividade que faltava na vida das pessoas. Na época, indústria musical parecia estar mais interessada em cabelos e roupas espalhafatosas do que na própria música (ex: Poison, Skid Row e por aí vai), e foi preciso que três rapazes da longínqua Seattle, mau vestidos e tocando uma música simples e direta, para mudar esta visão da indústria. Podemos dizer, que os anos 80 realmente acabaram quando Nevermind foi lançado (1991).
O Nirvana vem de uma cidade chamada Aberdeen, a 170 Km de Seattle. A banda era modestamente famosa na região quando assinou contrato com a gravadora Sub Pop para gravar o seu primeiro disco Bleach. O interessante é que duas das grandes músicas de Nevermind foram gravadas mas não entraram neste disco: Lithium e In Bloom. As músicas estão bastante descaracterizadas pois ainda contava com Aaron Burckhard na bateria (que por sinal, tocava muito mal). Depois de um certo tempo, já com Dave Grohl na bateria, a banda assina outro contrato de gravação (desta vez com a bem maior Geffen) e parte para a Califórnia com o produtor Butch Vig (atual baixista da banda Garbage!), um orçamento de 60 mil dólares e o sonho de um dia venderem 50 mil discos (metade do que seus ídolos do Sonic Youth tinha vendido com o álbum Goo).
Nevermind começa com a lendária Smell´s Like a Teen Spirit, que curiosamente foi a última a ser gravada e não tinha um solo de guitarra, então Kurt simplesmente tocou a melódia do vocal, de uma maneira provisória até o solo ser composto, mas ficou tão bom que que ficou em definitivo na música. Os ouvintes mais atentos podem perceber que no final da música, Kurt foi perdendo a voz, isto porque o vocal foi gravado de uma vez só e esta versão acabou sendo a melhor de todas.
Com relação aos vocais, todos os refrões utilizaram uma técnica chamada Doubble Tracking (o vocalista grava duas versões do mesmo trecho e depois elas são sobrepostas, dando a impressão de um backing vocal) somente com urt, com exceção de In Bloom onde Dave Grohl divide os vocais no refrão (já tinham reparado nisto?)!.
Polly é uma das músicas mais marcantes do disco. Ela conta a história de uma garota que foi seqüestrada e só conseguiu escapar quando começou a tratar o seqüestrador com respeito e educação (!). Esta é uma história verídica que Kurt leu em um jornal, e então ele resolveu fazer uma letra do ponto de vista do seqüestrador(!). O interessante desta música, é que a versão final contém um erro de Kurt que começou a cantar no momento errado (é durante o solo de baixo onde Kurt diz duas vezes Polly say´s!) mas como ela ficou tão boa acabaram deixando esta versão no disco.
Outro fato curioso do disco. Depois de 3 tentativas frustradas de gravar Something in the Way, Kurt vai até a sala do produtor Butch Vig, senta na poltrona com um viola e diz: “Eu quero que ea soe mais ou menos assim” e começa a tocar a música de uma maneira bem suave. O produtor, impressionado, sai da sala e volta em seguida com dois microfones, desliga o telefone e todos os aparelhos, pede para Kurt toca-la novamente e, prende sua respiração por 3 minutos enquanto grava a música. Portanto, da próxima vez que escutar esta música saiba que o vocal e o violão forão gravados na poltrona da sala do produtor Butch Vig.
Apenas algumas semanas após o lançamento do disco, o Nirvana já era uma das maiores bandas do planeta. Infelizmente Kurt Cobain não estava pronto para este sucesso e sua vida acabou de uma maneira trágica.
Para saber um pouco mais sobre o fim da vida de Kurt e se ele se suicidou ou se a Courtney Love “suicidou” ele assista ao documentário Kurt & Courtney.
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